O governo federal recuou e amentou o teto de juros dos empréstimos consignados para beneficiários do INSS para 1,97% ao mês. A medida foi aprovada pelo CNPS (Conselho Nacional da Previdência Social), após intensa negociação entre a gestão Lula e os bancos e dentro do próprio governo.
A alta ocorreu após os bancos suspenderem a linha de crédito, em reação à decisão do CNPS do dia 13 de março de derrubar a taxa de 2,14% para 1,70%. A redução havia sido capitaneada pelo ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, sem o aval da área política (Casa Civil) e da área econômica (Fazenda).
“Os juros continuam altos”, afirmou Lupi após a reunião do conselho que elevou o teto para 1,97%. “Recuamos no que queríamos para o teto de juros do consignado pela pressão que bancos fizeram”. Bancos haviam criticado a redução para 1,70% ao mês e dito que não seria possível oferecer a modalidade de empréstimos com esse limite. Até mesmo os bancos públicos Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal pararam de operar a linha — o que gerou fortes críticas de Lupi.
Quase todas instituições financeiras do país, como Bradesco, BB, Caixa, Itaú Unibanco, Santander, Daycoval, Mercantil do Brasil e PagBank/PagSeguro suspenderam a linha de crédito após a redução do teto dos juros. Isso porque o CNPS estipula somente a taxa máxima, mas cabe aos bancos a definição dos juros a serem cobrados (e se vão oferecer o produto).
Com a nova decisão, o teto do consignado do INSS, que havia caído de 2,14% para 1,70% ao mês, subiu para 1,97%; o do cartão de crédito consignado, que tinha sido reduzido de 3,06% para 2,62% ao mês, foi elevado para 2,89%.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) diz que cerca de 14,5 milhões de pessoas têm uma das linhas do consignado do INSS (empréstimo ou cartão), com R$215 bilhões em empréstimos e um valor médio de R$1.576. Diz, também, que os “negativados” seriam os mais prejudicados pela suspensão.
Fonte da Notícia | Portal Infomoney